Quando a alta alheia te lembra da sua

Sumido, mas ativo. E sempre agradecido a todos os inúmeros apoios que recebi e continuo recebendo desde o inicio do tratamento.

Nesse meio tempo muita coisa aconteceu no Brasil e no Mundo, a bola azul gira e segue.

Quase tive que operar um linfonodo no abdome, ainda resquício do tumor,  mas duas tomografias e os exames de sangue colaboraram para que os médicos a descartassem. Voltei a pedalar mais na cidade, enquanto a Trek providencia a garantia do quadro Gary Fisher que trincou em Agosto. Voltei a trabalhar em setembro, muito bem recebido pelos colegas no BDMG e com novas tarefas a cumprir. Reiniciei o curso de Administração no CEFET, e a luta pela formação superior continua.

Poliana foi fundamental para que a minha recuperação fosse perfeita para levar o tratamento e os pequenos problemas que vem depois (zumbidos no ouvido, uma trombose superficial nos braços). Tivemos muitos altos e baixos: antes, durante e depois do tratamento. Discordâncias e “linhas tortas” sempre foram características intrinsecas a quase tudo o que construímos nesses mais de 4 anos. Gostaria de ser tão bom em cuidar dela quanto ela é comigo. E por mais que ela às vezes não acredite, a amo demais.

A vida segue e sempre nos mostra que as coisas boas e ruins é que constroem a graça de viver. O fim de ano reserva ainda momentos marcantes a passar. Meu Tio Xará nos pregou uma peça com uma Hérnia e infecção intestinal, mas está se recuperando bem e vai comemorar mais um títulos Brasileiro do Cruzeiro. E o meu Galo há de passar pelo Flamengo amanhã, presente de aniversário para minha mãe, que vai viver mais uma noite cardíaca no que há de ser uma reprise feliz: reverter 2×0 no Mineirão. Ano passado já ganharam a Copa do Brasil, fazendo Poliana muito feliz. Há que se alternar (risos). Que 2014 seja o ano de tirar a zica, complementando a caminhada iniciada em 2012.

Ainda em Outubro reencontramos o nosso amigo Leonardo Muniz, que na mesma época da minha quimio, fez uma cirurgia para tirar um tumor benigno na cabeça. Contrariando todos os médicos, já está correndo meia maratona e pedalando por aí!

Neste Novembro minha avó Neuza comemora 90 anos, já viu muita coisa nessa vida, e surpreendeu a nós todos nesses 8 anos pós um AVC, com muita alegria. Os amigos da bike andam em temporada de bebês, a cada mês nasce um futuro rôia. Minha prima Natália já encomendou gêmeos para 2015 também. Em 2016 deve(m) vir  o(s) nosso(s) para completar a alegria e crescer a família. Ainda tenho que fazer os exames para saber se poderemos ser papai e mamãe por vias naturais ou se teremos que recorrer aos meninos “guardados na geladeira”.

Enrolei demais para voltar a escrever aqui e tenho que criar hábitos. Faz muito que não sou tão disciplinado quanto em tempos de outrora.

 

 

Escrevo esse texto de hoje, de supetão, porque fiquei alegre em ver a noticia de um jogador argentino (que nunca tinha ouvido falar) que recebeu alta do mesmo tipo de tumor testicular que eu tratei. Imagino que a alegria dele tenha sido tão grande quando a que tive em outubro, quando o Dr. Luiz Flávio Coutinho nos deu a tão esperada notícia “Status 100% curado”. O acompanhamento continua, mas com exames cada vez mais espaçados (tomografia semestral, exames de sangue trimestrais), para seguir o protocolo, e confirmar que esse tratamento foi eficaz. Agradecimentos muitos também a toda a equipe do Hospital Madre Teresa.

Que Jonás Gutiérrez seja muito feliz, como eu já tenho certeza que serei. Veja as notícias no Super Esportes, BBC e mais sobre o câncer de testículo no National Health Service – Inglaterra ].

Aproveitando, depois do Outubro Rosa, chegamos ao Novembro Azul. Cuidem-se!